Júri simulado cativa estudantes de Direito em experiência imersiva e dramatizada em Vilhena

Esta é a primeira vez que os estudantes uniram Direito e artes cênicas para enriquecer a simulação.

Na noite da última quarta-feira (14), o auditório II da FAVOO se transformou em um verdadeiro plenário de Tribunal do Júri. O evento, promovido pelo curso de Direito da instituição, simulou um julgamento criminal que envolveu os alunos do 7º e do 5º período, unindo teoria, prática e interpretação teatral em uma atividade marcante do semestre.

O réu Lucas questionado pela juíza e sendo observado pela defesa

O caso fictício julgava Lucas, acusado de assassinar André com dois disparos de arma de fogo no dia 15 de março de 2025. Segundo os autos, os dois haviam se envolvido em uma discussão acalorada na véspera do crime. André, proprietário do imóvel onde Lucas morava, cobrava o pagamento de aluguéis atrasados, proferindo ofensas enquanto Lucas, visivelmente embriagado, reagia com irritação. No dia seguinte, André foi encontrado morto com um tiro na cabeça e outro no peito. Lucas foi preso a poucos metros do local.

Argumentação da acusação

A sessão contou com a participação de testemunhas arroladas pela acusação e defesa, cujos depoimentos foram cruciais para a construção da narrativa de cada lado. A acusação foi composta pelos doutores Diego, Lucas, Guilherme e Tauanny. Já a defesa teve a representação das doutoras Lívia, Bruna, Sara e Hélida.

Argumentação da Dr. Tauanny na acusação

Entre os depoimentos de destaque, Dona Marli relatou ter escutado os tiros enquanto lavava a garagem e viu um homem de moletom preto fugindo do local, mas não conseguiu confirmar se era o réu. Joana, colega de trabalho de André, reforçou a tensão entre os dois, lembrando da discussão e das ameaças feitas por André.

Argumentação da Dra. Sarah para a defesa

A defesa trouxe Célia Menezes, que declarou ter estado com Lucas no momento do crime. A acusação questionou sua isenção por ter estudado com o réu, mas ela alegou que o reencontro havia ocorrido apenas no dia do homicídio. Outro depoente, Carlos, relatou que soube do crime ao sair da casa da namorada, mas sua fala foi considerada vaga.

Argumentação da Dr. Lívia na defesa

Quando chegou a vez de Lucas depor, ele optou por se manter em silêncio diante das perguntas da acusação, justificando que se sentiu desrespeitado, e respondeu apenas aos questionamentos da defesa, negando a autoria dos disparos. Sobre os vestígios de pólvora encontrados em suas mãos, alegou que poderiam ter vindo da metalúrgica onde trabalha ou até mesmo dos policiais que o algemaram.

Argumentação da Dra. Hélida com parte da defesa

Nas alegações finais, a acusação reforçou a existência de provas técnicas, como micro queimaduras nas mãos do réu e imagens de uma câmera de segurança que teriam flagrado Lucas fugindo do local. Já a defesa desqualificou essas evidências, argumentando que o laudo sobre a pólvora era inconclusivo e que as imagens não permitiam identificar o autor dos disparos com clareza. O clima esquentou quando os acusadores interromperam a fala da defesa, quebrando o protocolo da sessão.

Integrantes do júri

A votação dos jurados foi feita de forma simbólica, com placas de “Sim” e “Não”. Todos confirmaram que André foi assassinado por arma de fogo, mas o veredito final absolveu Lucas por maioria, considerando-o inocente.

Encerrando a atividade, uma cena teatral revelou Lucas disparando contra André, sugerindo de forma provocativa que o júri teria cometido um erro ao absolvê-lo. A dramatização foi fruto das oficinas de teatro promovidas paralelamente à preparação jurídica, marcando a primeira vez que os estudantes uniram Direito e artes cênicas para enriquecer a simulação.

Lucas comemora a absolvição

A iniciativa foi destacada pela coordenação como uma oportunidade de desenvolver competências fundamentais ao exercício jurídico, como argumentação, oratória, postura e improviso. Mais do que uma simulação, o júri representou um espetáculo educativo que aproximou os alunos da realidade da profissão, deixando um forte impacto em todos os envolvidos.

Cena final mostrando Lucas cometendo o crime

Fotos: Herbert Weill
Texto: Rondônia em Pauta